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04/11/2021

Teoria das cordas explica o Universo a partir da música

Desde os primórdios, os seres humanos buscam respostas sobre a criação do mundo. Cabe aos cientistas tentar encontrar uma teoria de tudo, que explique o funcionamento do Universo. O que ocorreu antes do Big Bang? O que existe do outro lado da criação? Ou de um buraco negro? Existem outros universos? É possível que existam os chamados buracos de minhoca?

Estas são algumas das muitas perguntas que incitam teóricos de várias áreas a seguirem buscando respostas. Até então, muitas teses foram testadas e nenhuma conseguiu explicar completamente o que é visto no Universo. Entre elas, uma ideia atrai alguns físicos que parecem acreditar em sua premissa: a teoria das cordas. 

Em entrevista à BBC, o renomado físico teórico americano Michio Kaku explica a teoria criada a partir de décadas de estudos dedicados à tentativa de responder algumas das perguntas mais importantes já feitas. “A teoria das cordas é finita. Não explode, não desmorona sobre si mesma. Por isso acreditamos nela. Outras teorias entram em colapso, explodem, mas a das cordas não”, disse.

Kaku afirmou que as perguntas sobre o funcionamento do Universo não podem ser respondidas usando as teorias disponíveis atualmente. Inclusive, estas teorias podem oferecer versões contraditórias: enquanto a teoria geral da relatividade, de Albert Einstein, se encaixa perfeitamente para previsões sobre os movimentos de estrelas e galáxias, ela não funciona para partículas subatômicas. Por outro lado, a teoria quântica é perfeita para explicar os átomos, mas prevê que todo o Universo deveria desmoronar para dentro de um buraco negro, o que claramente não aconteceu.

E como a teoria das cordas resolve o dilema da teoria de tudo? 

Segundo Kaku, a pergunta sobre a “teoria de tudo” já instigava Pitágoras há dois mil anos. O matemático grego buscava um princípio unificador que resumisse a vasta criação do Universo. “Ele olhou ao seu redor e viu uma lira. Quando você puxa as cordas de uma lira, obtém uma nota. Se toca outra, obtém outra nota — e ele disse: ‘Aha! A matemática da música é suficientemente rica para explicar a diversidade de tudo que vemos ao nosso redor”, contou Kaku.

Recentemente, cientistas decidiram formular uma nova teoria baseada na ideia da música de Pitágoras: a teoria das cordas. Observando um acelerador de partículas no centro de pesquisas europeu do Grande Colisor de Hádrons do Cern,  o grupo pôde ver partículas minúsculas romperem-se em pedaços com colisões de altas energias, que depois foram estudadas minuciosamente.

Esse experimento, como Kaku explica, leva os físicos a acreditarem que todas as centenas de partículas subatômicas que são obtidas rompendo prótons são nada mais do que “notas musicais”. Segundo ele, se olhássemos para um elétron, veríamos algo que parece um elástico circular vibrando e esse movimento é o mesmo que o de uma corda de instrumento musical. “Se ela vibra de uma forma, a chamamos de elétron. Se vibra de outra maneira, chamamos de neutrino. E, se ela vibra de uma outra forma, a chamamos de quark. Mas é o mesmo ‘elástico'”, diz Kaku. 

Apesar da teoria das cordas oferecer uma explicação para a grande variedade de elementos e fenômenos observados no Universo e na Terra, seus críticos afirmam que as previsões não podem ser cientificamente demonstradas, o que também é reconhecido por Kaku.

A BBC Brasil fez uma matéria completa sobre a teoria das cordas, que conta em mais detalhes a explicação proposta pelos seus defensores, disponível neste link.  Vale a pena conferir mais sobre as curiosidades dessa teoria!

Imagem: Pexels